Europa
Áustria
Áustria – chuva, nuvens e limpadores de pára-brisas
“E tome chuva!”. Assim entramos na Áustria. E assim aconteceu nossa primeira noite, na barraca, na cidade de Tassenbach, poucos quilômetros após a fronteira com a Itália.
Realmente, o tempo não estava ajudando. Só deu uma pausa na hora em que chegamos ao camping. A fotógrafa aproveitou ao máximo essas pequenas janelas para registrar algum azul do céu.
Choveu praticamente a noite inteira. Dormimos novamente envelopados por várias camadas de roupas e diversas cobertas. Pela manhã, ainda chuva. Nosso camping era em um vale espetacular, e as baixas nuvens repousando sobre as encostas ajudaram a criar um cenário tão bonito quanto frio.
Esperamos uma estiada para começar a levantar o acampamento. A manhã era fria e cinzenta. Rapidamente fizemos nosso café e começamos arrumar o Pezão. O problema era fechar a barraca toda molhada... Mas não teve jeito: olhei para o horizonte e vi a chuva chegando. Começamos a fechar a barraca correndo, mas a chuva a molhou mais ainda. “Vamos partir!”.
Saímos dirigindo em uma forte chuva, seguindo na mesma direção do vento. Bom para navegar com o Pezão, que fica mais leve, mas péssimo para as perspectivas de parar de chover. Íamos viajando junto com a frente fria.
Chovia tanto que desistimos de passar pela grande atração que tínhamos programado para a Áustria: a passagem pela estrada que cruza o Parque Nacional Hohe Tauern. Desistimos e resolvemos rodar em estradas planas para ganhar tempo. Certamente não valeria a pena com tanta água.
Fomos até Viena. Nossa intenção era dormir em um camping nas redondezas, mas a chuva nos desanimou. Fomos, então, ao centro da cidade procurar um hotel. Assim que entramos, encontramos a praga das grandes cidades: trânsito! E daqueles! Tudo bem... Fomos rodando lentamente atrás dos hotéis indicados pelo GPS.
Começou a complicar. O hotel que tinha quarto, não tinha garagem. O que tinha garagem, custava uma baba. O que tinha garagem e era barato, estava lotado! Conversando com o recepcionista de um Ibis, que estava na última categoria acima, entendemos a nossa dificuldade: ia rolar um show do U2 naquela noite. “Brincadeira! Plena segunda-feira e neguinho fazendo show de rock!”. Se pelo menos tivéssemos ingresso...
Junto com a notícia do show veio a decisão de sairmos de Viena. Não teria jeito. Eram quase sete da noite e, após um rapidíssimo jantar, no próprio Ibis, encaramos uma rápida viagem em direção à fronteira com a Hungria. Apontamos o Pezão para uma cidade que ficava menos de uma hora depois de Viena, chamada Parndorf, e partimos.
Valeu a estratégia. Ainda chovendo, paramos em um excelente hotel na beira da estrada e pagamos bem menos pelo conforto. Grandes cidades, realmente, são bem mais difíceis nesse nosso tipo de viagem. Viena teve que ficar para outra oportunidade.
Acordamos bem cedo e começamos a desmobilização do hotel. Para variar o tempo estava... chovendo pacas!
Foi assim, molhados, que cruzamos a fronteira com a Hungria. A nossa visita à Áustria foi peculiar. Rodamos bastante e cruzamos o país em praticamente um dia – dormimos próximos à fronteira com a Itália, na primeira noite, e próximos da Hungria na segunda. Chuva, tênis molhados, frio, e barulho do limpador de pára-brisas: essa foi nossa rotina austríaca.
Mas fomos recompensados! Estávamos um dia adiantados e poderíamos rodar tranqüilos na Hungria até bem próximos de Budapeste, onde encontraríamos Douglas, Daia e Nicolas!
Vamos às terras húngaras!