Europa
Bélgica
Bélgica – entre praças, echarpes, chocolates e muitas risadas
Saímos em direção à Bruxelas e tudo foi muito agradável. O carro era excelente e íamos com todo o conforto. Paramos para almoçar em um posto de gasolina, já na Bélgica, e não perdemos muito tempo.
Chegamos a Bruxelas no meio da tarde, a tempo de descer as malas e entrar no nosso hotel, que era bem no centro da cidade.
Sandra: Quero só ver la climatización!
Pouco depois ela entra no nosso quarto, querendo ver se tínhamos ar condicionado. Brincou conosco que assim como no quarto delas, o que tínhamos era só um ventilador. Pelo menos esse iria funcionar a noite inteira!
Fomos passear e, às oito da noite, o sol ainda brilhava. Comentamos sobre como eram longos os dias no verão e elas nos contaram outra história de Paris: assim que chegaram do aeroporto, foram dormir cansadas. Lá pelas dez da manhã, minha mãe acordou com o sol brilhando e, com sono, perguntou as horas:
Sandra: São dez e meia da manhã...
Lia: Três e meia?! Que porcaria de cidade é essa que não escurece nunca! Vou é voltar a dormir!
Acordaram às três da tarde...
- Raios! Perdemos o café-da-manhã!
E assim, com a barriga doendo de tanto rir, fomos em direção à principal praça de Bruxelas: a Grand Place. Em uma rua, já bem próxima da praça, começaram a aparecer as pequenas lojas dos famosos chocolates belgas. O cheiro da rua dava água na boca. Combinamos de passar por lá na volta e comprar a sobremesa.
Chegamos à praça! Já na entrada, o conjunto arquitetônico impressiona: os prédios são antigos e imponentes. Ficamos por alguns minutos admirando o contraste dos prédios com o azul do céu. A Du começou a tirar fotos impressionantes. Mal sabia ela que a noite estava somente começando...
Paramos para almoçar em um restaurante grego. Não por vontade própria... Simplesmente fomos atraídos pela simpatia do pessoal de lá. Ficamos felizes por poder experimentar esse bom tratamento, completamente diferente dos parisienses. Jantamos uma típica e boa comida grega e fomos embora satisfeitos. Não sem antes dar uma nova passada na praça, que era caminho, para vermos se as luzes dos prédios já estavam acesas.
Chegamos, e o visual era ainda mais bonito. O resto de céu azul, bem fraco, e a primeiras luzes dos prédios faziam um espetáculo e tanto. Ficamos intrigados com a enorme quantidade de pessoas sentadas no chão. Pareciam esperar por algo. Foi aí que começou...
Todas as luzes apagaram-se, como se a energia tivesse acabado. Com a praça completamente escura, o pessoal começou a aplaudir. Ficou claro que algo estava iniciando naquele exato momento. Não sabíamos de nada e fomos pegos de surpresa. Muita sorte! Todos os olhares voltaram-se para uma das fachadas que, com o estrondo inicial dos acordes de uma música clássica, iluminou-se por completo. Entendemos então que esse era o espetáculo que todos estavam esperando e sentamos também, boquiabertos.
Reproduzindo, em volume bem alto, a música de uma orquestra sinfônica sincronizada com a troca de cores da fachada, o espetáculo tornou-se grandioso! A Du perdeu a linha e sumiu no meio da multidão para buscar o melhor ângulo para registrar o evento. Combinando visão e audição, o show conseguiu transformar a fachada do prédio em um dos instrumentos da orquestra. Inesquecível! Ao final, a música clássica deu lugar a um empolgante jazz, o que fez a multidão aplaudir sem parar.
A Du voltou, ainda sobressaltada, e nos mostrou o resultado das fotos: indescritíveis! Quando vi essas fotos depois, no computador, elas me fizeram pensar que a Du tem que fazer algum trabalho específico com elas. Ficaram incrivelmente bonitas!
Saímos da praça sorridentes, ao final do show. Ainda nos impressionávamos com a tamanha sorte que demos, quando chegamos à rua dos chocolates. Entrei para comprar alguns enquanto o resto do povo ficou nas lojas de suvenires. Tomei um susto danado quando minha mãe apareceu do meu lado vestida de muçulmana, com uma echarpe enrolada na cabeça! “Cuidado! Vão te pegar na esquina!”, brinquei. Depois de tirar a echarpe da cabeça...
- Sandra! Você vai se arrepender se não comprar uma echarpe dessas! Está muito barata! Você vai se arrepender pro resto da sua vida!
Voltamos, já com um saquinho de excelentes chocolates na mão, para a loja de echarpes. Lá dentro, vi que o preço para uma echarpe era seis euros e, para duas, dez. Falei:
- Mãe, se vocês comprarem mais uma, peça pro cara fazer por quatro euros, porque você já comprou uma e rola uma promoção...
Minha mãe me olhou com um olhar incrédulo:
- Como assim? Eu já comprei quatro!
Meu Deus!
Fomos, repletos de echarpes e chocolates, para o hotel.
No dia seguinte, fomos para uma das mais belas cidades da Bélgica e da Europa, Bruges. Bruges é uma das principais cidades européias no que diz respeito à conservação da arquitetura medieval.
Chegamos por lá e não nos decepcionamos. Bruges realmente vale a visita. O dia estava claro e fazia bastante calor, anunciando a chuva que viria à tarde. Após um belo passeio pela cidade, paramos para almoçar e tomar, certamente, uma cerveja belga que, assim como Bruges, não deixou nada a desejar.
A Du estava dirigindo e minha mãe não é muito de beber, então eu e Sandra tivemos que fazer as honras da família e aproveitar a cerveja, que é forte e saborosa. Começou a chuva e fomos pra parte interna do restaurante.
Após alguns minutos, entre copos e beliscos, ficamos mais, digamos, relaxados. Alguns poucos goles da minha mãe nos nossos copos foram suficientes pra conversa ficar muito à vontade. Voltamos às histórias de Paris e gravamos algumas em vídeo! Vale a pena ver! Ainda não conseguimos nos acostumar. Cada vez que vemos, rimos um bocado!
Saímos no meio da chuva e pegamos o carro. Antes de nos dirigirmos de volta a Bruxelas, paramos para um café em uma pequena cidade, chamada Gent. Outra boa visita! Gent é muito pequena e pacata, e a caminhada foi muito boa. Após acharmos o perdido carro, nos dirigimos para Bruxelas.
Estávamos bem cansados, então compramos alguns pães e ficamos pelo hotel. Nosso cronograma para o dia seguinte era a Holanda!
Nossa rápida visita à Bélgica foi melhor do que a encomenda. O inesperado espetáculo na Grand Place enriqueceu muito a viagem e ainda passava pelos nossos olhos. Amsterdan estava à frente e era um dos nossos destinos mais esperados. Vamos para a estrada!